Portugal Crypto Tax Haven terminará em 2023
A Assembleia da República aprovou um “novo regime de tributação dos criptoativos” com “objetivo de criar um quadro fiscal amplo e adequado aplicável aos criptoativos, em termos de tributação do rendimento e da riqueza” a partir do ano fiscal de 2023, pondo fim à Portugal Crypto Paraíso fiscal.
Os ganhos da venda lucrativa de criptoativos que não se qualifiquem como valores mobiliários serão tratados como ganhos de capital para fins de cálculo do imposto de renda pessoal, com uma taxa de ganhos de capital de 28%. Ganhos e perdas associados à venda bem-sucedida de criptoativos mantidos por 365 dias ou mais são desconsiderados para fins de tributação. O tempo antes que a lei entre em vigor pode ser contabilizado. Assim, o novo regime é aplicável aos ativos de criptomoeda comprados antes e depois de 1º de janeiro.
Além disso, não há impostos se a alienação consistir em criptoativos em vez de moeda fiduciária. Nesse caso, os criptoativos recebidos recebem o valor de compra dos criptoativos fornecidos. Ao mesmo tempo, a contabilização dos 365 dias recomeça com cada transferência de criptoativos para outros criptoativos. Independentemente de quantos negócios ocorreram após a aquisição inicial, se os criptoativos obtidos forem convertidos em moeda fiduciária, o ganho de capital que deverá ser tributado será calculado com base no valor da aquisição.
Diante do exposto, a atual legislação tributária parece indicar que, na prática, sempre que um contribuinte estiver satisfeito com os ganhos em criptoativos, basta converter esses ganhos em uma stablecoin específica (para estabilizar o valor e mitigar o risco de volatilidade) e esperar 365 dias antes de proceder à troca da stablecoin por moeda fiduciária e, assim, usufruir da isenção fiscal (sendo esta, essencialmente, resultado da decisão do legislador em não distinguir entre stablecoins e criptoativos).
No entanto, resta saber como será a declaração de IRS relativa à matéria acima descrita pela Autoridade Tributária e Aduaneira Portuguesa. No entanto, uma coisa é certa: Portugal não é mais um paraíso fiscal criptográfico e aqueles que desejam se mudar e aproveitar a menor tributação possível enquanto negociam regularmente devem pensar em reestruturar a renda antes da mudança.
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Miguel Pinto-Correia possui um Mestrado em Economia Internacional e Estudos Europeus pelo ISEG – Lisbon School of Economics & Management e uma Licenciatura em Economia pela Nova School of Business and Economics. É membro permanente da Ordem dos Economistas… Saiba mais